Nós escolhemos a casa ou é a casa que nos escolhe?

Frequência, sintonia, semelhança, atração...nomes diferentes, mas que no Feng Shui traduzimos numa única forma de pensamento: escolhemos a casa que precisamos para evoluir e aperfeiçoar nosso ser.
E quando compreendemos isso, conseguimos mudar atitudes, padrões de pensamento e então fechar um determinado ciclo na nossa vida, muitas vezes mudando de casa após concluir esta etapa.
Quando nos sentimos deslocados dentro de nossas próprias casas, devemos fazer uma pergunta para nós mesmos: afinal, o que esta casa tem a ensinar?
Eu sempre gosto de contar historinhas sobre o Feng Shui na minha vida, então lá vai mais uma!
Eu e minha família gostamos de mudar de casa. Geralmente nossos ciclos numa casa nova não duram mais que 5 ou 6 anos.
Sempre temos uma relação de amor com elas, cuidamos, decoramos, somos felizes vivendo ali, mas um belo dia percebemos que, no português claro, "já deu"!
E assim, sem apegos e sem remorsos, tomamos a decisão e partimos em busca de uma nova casa, que logo transformamos num Lar Doce Lar.
Eis que atualmente moramos numa região serrana, e para os que conhecem fica fácil imaginar: ou você mora num terreno "morro acima" ou num "buraco abaixo".
Como conhecedora do Feng Shui, eu jamais compraria uma casa num terreno abaixo do nível da rua, por uma série de razões que precisariam de um outro texto para explicar, então mais do que procurar uma casa, eu procurei também uma vista.
E olha que é quase uma equação matemática de 3o. grau encontrar uma casa com um bom Feng Shui, numa rua auspiciosa, com a vizinhança na mesma energia e o preço do tamanho do seu bolso!
Encontrada a casa, fiz todos os ajustes necessários para deixá-la ainda melhor, aconchegante, com a nossa cara e é claro, energeticamente equilibrada.
No entanto, havia nela algo que me incomodava e comecei a criar uma novela em torno disso, com capítulos diários: "Eu e minha rampa".
Ela nasceu com a casa, com a topografia do terreno, já estava ali quando compramos o imóvel. É certo que ela é quase uma parede a ser escalada, imponente, porém é totalmente domada. Só que, de um dia para o outro, ela virou um drama em minha vida.
Não é porque conheço Feng Shui que também não sofro com as situações, mas felizmente conheço alguns caminhos para melhorar minha vida e não deixar a peteca cair.
Então passei a fazer uma análise do que esta rampa significava para mim. Porque, se compreendemos que há uma integração entre nós e a nossa casa, se um é o espelho do outro, o que está acontecendo na casa também está acontecendo com a gente. É assim, simples.
Até que um dia abri o portão, parei o carro em frente a subida e fiquei olhando para ela (a rampa) e analisando o que via. Linda, imponente, dura, mas também ladeada de flores, que agora na primavera atraem passarinhos e tantos outros bichinhos e uma cerca viva, numa das laterais, tão colorida devido as várias espécies de plantas ali presentes. Havia mais poesia ali do que eu podia enxergar.
Pois então comecei o meu exercício de aceitação, porque eu também tenho o hábito de achar que as coisas tem que ser do jeito que eu quero e não do jeito que são.
Olhei para ela e perguntei: o que você tem a me ensinar? O que você tem que me irrita tanto? O que eu e você (rampa) temos em comum? Sim, devemos conversar com a nossa casa, há vida nela.
Fiz as minhas análises, tirei as minhas conclusões, estou trabalhando nisso. Mecanicamente fizemos ajustes, melhoramos o chão, mas não era só ela, era eu também que precisava de reforma íntima. O exercício da humildade, da aceitação, entre tantas outras coisas que permeiam nossa caminhada como ser humano, crescimento, aperfeiçoamento espiritual.
Saber que: não sou Patricia e sim estou Patricia, neste meu treinamento evolutivo.
E assim, concluída esta etapa, estaremos prontos para uma nova casa ou não!